Artigo: prevenção de queda em idosos

As quedas podem ser um indicativo do início do declínio da capacidade funcional ou sintoma de alguma doença aguda. Esse deslocamento involuntário do corpo, com incapacidade de correção em tempo hábil, comprometendo a estabilidade, ocorre por perda de equilíbrio ou pode ser decorrente de problemas do sistema osteoarticular e/ou neurológico.

 

Estima-se que um a cada três idosos com mais de 65 anos sofre queda. E um a cada 20 idosos que já caiu teve alguma fratura. Os fatores de risco de queda são classificados em três grupos:

 

I) Intrínsecos: relativos a histórico de quedas, idade, sexo, medicamentos em uso, condição clínica, déficit de marcha, sedentarismo, déficit cognitivo, visual, entre outros.
II) Extrínsecos: relacionados ao ambiente, como a iluminação do local, tapetes soltos ou com dobras, degraus, ausência de corrimãos em corredores e principalmente em banheiros, sapatos e roupas inadequados, irregularidades no piso e órteses inapropriadas.
III) Comportamentais: referem-se a hábitos de vida de pessoas ativas e inativas. Estudos mostram que as pessoas mais inativas e as mais ativas têm maior propensão ao risco de queda, visto que a imobilidade traz uma maior dependência, enquanto que as pessoas ativas se sentem mais capazes e autoconfiantes para desempenhar tal tarefa.
Os fatores intrínsecos e comportamentais podem ser minimizados com a realização de exercícios físicos, que são muito importantes na terceira idade, pois com o tempo há uma perda significativa das capacidades motoras, como flexibilidade, equilíbrio, coordenação motora, força, perda de massa muscular e óssea. A atividade física aprimora a qualidade de vida e torna-se indispensável uma vez que ajuda a retardar o processo de envelhecimento e deve sempre ser orientado por um profissional da área de forma a evitar lesões osteoarticulares.
Os riscos dos fatores extrínsecos podem ser reduzidos por meio da utilização de itens que podem trazer maior segurança ao dia a dia do idoso. Entre os cuidados estão tapetes e pisos antiderrapantes, sapatos com solado antiderrapante, barras de apoio, assento sanitário com altura adaptada, abajur ou luz de piso próximo à cama, poltronas com braços, corrimãos em escadas e corredores.
Estudos mostram que as quedas do idoso no domicílio são devido a fatores intrínsecos que podem ocorrer por hipotensão, medicamentos psicoativos, alterações no nível glicêmico, entre outros. Fora do ambiente domiciliar, as quedas são causadas por fatores extrínsecos como alterações do nível de solo, pisos escorregadios etc.
Atualmente, alguns residenciais geriátricos são planejados para receber o idoso, reduzindo assim os riscos relativos aos fatores extrínsecos e comportamentais, através da adaptação total do ambiente e das atividades físicas orientadas que proporcionam aos seus residentes. Outro fator importante é a presença diária de profissionais da área atuando no cuidado, na prevenção dos riscos e, quando da ocorrência de uma queda, no pronto atendimento para minimizar os danos.
Débora S. Rodrigues
Fisioterapeuta do Residencial Jeito de Viver
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